BLOG LFN321 - MICROBIOLOGIA

Este blog é mais uma ferramenta para auxiliá-los no decorrer da disciplina. Durante o semestre serão postados os tópicos das aulas de cada semana, textos complementares, avisos e dicas para as provas. Além disso, será aberto espaço para perguntas, sugestões e críticas em relação à disciplina, de forma a facilitar a comunicação entre estudantes, professores e estagiários. Sejam bem vindos!

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Aula 6 - Fungos

Olá, pessoal!


Na última aula teórica e nas últimas práticas estudamos os fungos. Mas primeiramente precisamos saber o que é um fungo! Atualmente "fungo" é um termo genérico que engloba três reinos: Protozoa, Stramenopila e Fungi.
Todos eles são eucariotos (possuem núcleo organizado), são quimioheterotróficos,  possuem reprodução sexuada e assexuada com alternância de gerações (fase haplóide é mais duradoura) e se reproduzem por meio de esporos (meióticos e mitóticos). Sua estrutura somática é a hifa e alguns fungos podem produzir corpos de frutificação.
Agora vamos entender e dividir o grupo dos "fungos verdadeiros" dos outros grupos. Para iniciarmos a separação começamos olhando para a parede celular, se o "fungo" não possuir parede celular é do reino Protozoa, o organismos Myxogastrea. Os Myxogastrea são os fungos limosos e não foram vistos na aula prática mas serão abordados na disciplina de Fitopatologia. 
Continuando nossa separação, agora olharemos para os "fungos" que possuem parede celular. Dentre estes podemos analisar a composição da mesma e separa-la em dois grupos: composta de celulose, que correspondem aos fungos aquáticos do Reino Stramenopila (Oomycetes), ou composta de quitina e B-glucana, que correspondem aos fungos verdadeiros pertencentes ao Reino Fungi.
Porém, dentro do Reino Fungi podemos separar os fungos verdadeiros em 4 classes que veremos a seguir. Para iniciar essa divisão começamos olhando para a hifa, se a hifa por asseptada é um fungo da Classse Zygomycetes.


Dentro dos fungos com septos podemos dividir entre fungos com reprodução sexuada ausente (Fungos Anamórficos ou Mitospóricos - lembre que esta não é uma classe taxonômica) e fungos com reprodução sexuada presente (Basidiomycetes e Ascomycetes). Por fim separamos os fungos com reprodução sexuada presente entre aquele que produzem esporos endógenos (Ascomycetes - asco=saco) e os que produzem esporos exógenos (Basidiomycetes). Abaixo segue uma chave para melhor visualização dos passos que fizemos para separação dos grupos.

Como falamos acima, os fungos tem reprodução sexuada e assexuada. A  assexuada é mais rápida e coloniza rapidamente o ambiente, porém quando existe algum fator desfavorável o fungo realiza a reprodução sexuada para haver chances de variabilidade e assim conseguir resistir as alterações do ambiente. Logo abaixo tem uma figura com um esquema básico da reprodução de fungos.




Agora vamos ver um pouco da morfologia dos fungos que vimos em aula prática.
Começamos vendo o esporângio de Phytophthora sp. e a liberação de zoósporos (esporos móveis, pois possuem flagelos), lembrando que a Phytophthora sp. é um Oomycetes do Reino Stramenopila (ou Chromista, como queira). 
Esporângios de Phytophthora

Em seguida trabalhamos com um fungo Zygomycetes, o Rhizopus stolonifer (stolon = estolão). Nas lâminas fomos capazes de ver os rizóides, as hifas, o esporangióforo, o esporângio e os aplanósporos.
Rhizopus





















Continuando com nossas classes de fungos, depois vimos um fungo da Classe Ascomycetes (Sordaria sp.), um grupo que possui corpos de frutificação com seus esporos guardados em "sacos" (Asco), portanto esporos endógenos. Dentro de cada asco existem oito esporos resultantes de uma meiose seguida de uma mitose (mas lembrem-se: esta não é uma regra geral, pois há ascomicetos que produzem ascas com 4 esporos, como por exemplo as leveduras). Possuem diversas formas de corpo de frutificação, são eles: peritécio (forma de pera), cleistotécio (corpo fechado), apotécio (forma de taça), ascostroma (corpo imerso em um estroma) ou ausentes (ascos nus). Seus esporos são chamados de ascósporos.
Sordaria sp - Ascomyceto - Peritécio e ascos liberados





O outro fungo foi um basidiomiceto, Boletus sp., onde vimos a basídia (abaixo a esquerda), estrutura em que os quatro basidiósporos ficam presos resultantes de uma meiose, portanto seus esporos são exógenos. Outra característica marcante deste grupo são os grampos de conexão (abaixo a direita) que transmitem um núcleo de uma hifa dicarótica para a outra que ficaria somente com um núcleo mantendo assim o estado dicariótico do micélio. Este grupo contém os cogumelos, dentre eles, o champignon e o shitake.





Na aula teórica seguimos os passos da formação e um cogumelo, lembram-se? Veja a figura abaixo. O objetivo foi mostrar uma diferença entre animais e fungos no que diz respeito à alternância de gerações: em fungos, o que predomina é a fase haplóide, ao passo que em animais é a fase diplóide. Outra coisa: a fase diplóide nestes fungos é muito curta e se restringe a apenas uma célula, a tal da basídia que vc teve que procurar na lâmina (veja foto acima). Por fim, mais uma coisa pode ser vista no esquema do cogumelo: a formação do HETEROCÁRIO. Veja que duas hifas haplóides podem passar por plasmogamia (fusão de citoplasma) mas esta não é seguida imediatamente por cariogamia (fusão dos núcleos). Entaõ, o resultado é uma hifa com dois núcleos geneticamente distintos, ou heterocária (hetero= distintos; karyon = núcleo). A fase heterocária é a preferida por muitos fungos, que podem permanecer assim por muito, muito tempo. Podem acumular muito mais que dois núcleos...imagine a confusão durante a divisão de uma célula com vários núcleos!!! Qual a vantagem? Oras, considerando que os genes dos dois núcleos são expressos, um heterocário pode ter vários genomas em uma célula só (ao passo que nós só podemos ter dois: o de nossos pais), o que certamente pode trazer vantagens...não que tudo seja "na buena" para um heterocário, pois existem combinações incompatíveis de núcleos e, nestes casos, as células não vingam. No esquema os núcleos das hifas estão pintados de cores diferentes (vermelho e preto) justamente para dizer que são núcleos compatíveis...A genética de fungos é uma área muito interessante e muito se sabe sobre os mecanismos de compatibilidade de núcleos.


Estude atentamente a figura e veja se consegue ver  os três pontos que mencionei acima...




 


E terminando os grupos dos fungos, os fungos anamórficos ou mitospóricos. Como o nome já indica, são fungos que se reproduzem por mitose apenas. Na natureza, encontramos comumente a fase assexuada (ou mitóspórica) ou estes fungos podem ter sua fasse sexuada ainda desconhecida. Os esporos destes fungos são chamados conídios.

Os fungos observados foram:

Alternaria sp.
Penicillium sp.




Colletotrichum sp.


Phoma sp.



Cuidado com a Prova: Fungos anamórficos e ascomicetos formam estruturas fechadas que são semelhantes externamente!!

Ao fazer lâminas dessas estruturas, basta fazer uma pequena pressão sobre a lamínula. A estrutura irá se romper e liberar as estruturas que estão em seu interior. Se apenas conídios isolados foram liberados estamos visualizando um fungo anamórfico. Se forem liberadas ascas com oito ascósporos em seu interior estamos observando um ascomiceto.


Boa Prova pessoal, qualquer dúvida estamos aqui.
Bons estudos!

Raphael e Aranha

Nenhum comentário:

Postar um comentário