BLOG LFN321 - MICROBIOLOGIA

Este blog é mais uma ferramenta para auxiliá-los no decorrer da disciplina. Durante o semestre serão postados os tópicos das aulas de cada semana, textos complementares, avisos e dicas para as provas. Além disso, será aberto espaço para perguntas, sugestões e críticas em relação à disciplina, de forma a facilitar a comunicação entre estudantes, professores e estagiários. Sejam bem vindos!

sábado, 17 de março de 2012

Aula - Sistemas de classificação dos seres vivos

Olá!!

Ernst Haeckel
      Nesta aula vimos que, atualmente, a classificação dos seres vivos vai além dos cinco reinos que aprendemos desde criança no colégio. Em 1866 o alemão Ernst Haeckel criou a primeira classificação que mostrava 3 reinos (Protista, Animalia e Plantae), e o diferencial desta classificação é que pela primeira vez os microorganismos foram inseridos na classificação e ganharam um reino só para eles. Hackel foi um naturalista que ajudou a popularizar o trabalho de Darwin e fez muitos estudos microscópicos com grande variedade de organismos. Ele concordava que dentro de seu novo reino, Protista, havia grandes subdivisões. Seu terceiro reino não foi bem aceito pela comunidade científica, pois inclusive seu criador era relutante quanto a ele em função da grande diversidade que o mesmo continha.  


Robert Whittaker
   Já em 1969 Robert Whittaker, um botânico e ecologista norte americano fez uma nova proposta para a classificação dos seres vivos. Ele agrupou todos os organismos em cinco grandes reinos (Monera, Protista, Fungi, Plantae e Animalia). Por ser muito didática, esta classificação é usada ainda hoje em dia no ensino médio. A organização destes cinco reinos foi realizada através de basicamente quatro perguntas: qual a forma de alimentação (fotossíntese/absorção/ingestão?), qual a organização celular (eucarioto/procarioto?), apresenta parede celular? qual sua composição? . Abaixo estão duas fotos, uma retirada do slide de aula que mostra a organização de cada grupo e outra como foi a árvore taxonômica que ele propôs.

























        Posteriormente, em 1990 Carl Woese, que trabalhava com ácidos graxos de organismos do reino Monera, percebeu que, mesmo dentro de um reino, haviam diferenças muito acentuadas. Sendo assim propôs um novo método para classificação dos seres vivos. Sua idéia baseou-se em analisar "algo" que evoluísse de maneira lenta ao longo dos milhares de anos, que fosse essencial para a vida e que, por fim, estivesse presente em todos os organismos para assim utiliza-lo como um cronômetro evolutivo. Sua grande sacada foi utilizar a comparação da sequência do genes que codifica para o RNA ribossômico como cronômetro. Através de técnicas de extração de RNA, síntese de cDNA, amplificação e sequenciamento de fragmentos foi possível construir uma nova árvore filogenética. Esta nova árvore da vida possui três domínios: Bacteria, Archaea e Eukaryota. A grande descoberta de Woese foi reconhecer que no Reino de Monera de Whitakker estavam "escondidos" seres que, apesar de procarióticos, são diferentes das bactérias e que, como tal, não podiam ficar dentro deste reino. Aliás, as diferenças (que veremos na próxima aula) são tão grandes que ele propôs o nível de Domínio. Ele descobriu uma terceira via evolutiva na face da Terra! Por isto, hoje em dia dizer que um ser é procarioto NÃO equivale dizer que ele éuma bactéria, pois ele pode ser uma Archaea!


       Para termos uma noção básica das grandes "revoluções" no sistema de classificação dos organismos deixo uma figura tirada de um dos slides de aula para ajudar a sedimentar estes conceitos. 


       Vejam também o site: http://tolweb.org/tree/ ele fala mais sobre Woese e sua pesquisa Árvore da vida e para saber mais sobre os sistemas de classificação veja também:http://www.simbiotica.org/reinos.htm 
      Agora que entendemos um pouco sobre o sistema de classificação dos seres vivos, vamos falar sobre um  reino do qual muitos não haviam ouvido falar antes: o Stramenopila (também chamado de Chromista). Este reino, apesar de muito diverso, possui algumas características próprias: 

1 - todos os membros possuem dois flagelos diferentes, um dos quais com "mastigonemos" (Heterokontes)
2 - engloba espécies fotossintetizantes e não fotossintetizantes porém todos os fotossintetizantes possuem clorofila "c"
3 - Armazenam energia na forma de laminarina ou leucosina
4 - além, é claro, de possuírem maior semelhança na sequência do gene ribossonal entre si do que com qualquer outro ser. 

    Dentro do Reino Chromista existe o grupo Oomycota. Este grupo abrange microorganismos de grande importância para as ciências agrárias em função do grande número de fitopatógenos. Dentre estes podemos citar: Phytophthora, Pythium, Albugo e outros. Em aula prática vcs verão esporângios do fungo (foto abaixo) liberando zoósporos, que são esporos que nadam através dos ditos flagelos. Mas também existem outros organismos de grande importância como as algas marrons ( a alga que enrola o sushi)  e as diatomáceas, organismos microscópicos marinhos que fixam, nada mais nada menos, que 25% de todo CO2 do planeta. Possuem um esqueleto externo de sílica e suas formas celulares são muito bonitas, como na figura abaixo.


Phytophthora infestans
Diatomácea em microscopia eletrônica de varredura

Até a próxima

Raphael/Aranha


2 comentários:

  1. Pedro Silvestre de Lima Nº7663799

    Diferenças entre Archaea e bactérias:

    As Archaea possuem uma membrana celular com lípidos compostos de glicerol-éter, enquanto os das bactérias são compostos de glicerol-éster; os Archaea não possuem uma parede celular de peptidoglicanos, ja as bactérias possuem. O flagelo dos Archaea é diferente em composição e desenvolvimento do das bactérias.

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  2. Diferenças entre Archaea e as bactérias comuns:
    1) As archaeas são encontradas geralmente em ambientes inóspitos
    2) O processo de sintetização proteica e de transcrição do DNA das Archaeas são similares aos seres eucariontes, apesar de serem procariontes.
    3) A composição bioquímica da membrana celular e do flagelo também é distinto.

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